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[#VozesFemininas] Emília Eduarda (1843-1908)

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Actriz, poetisa, dramaturga, escritora e publicista, Emília Eduarda Augusta Cruz (1843-1908) nasceu em Lisboa, filha de pais incógnitos. A sua vida foi marcada pela precocidade. Em 1856, quando tinha apenas 13 anos, casou com o militar Manuel Luís Sousa, matrimónio que terminaria abruptamente em 1859, quando este faleceu em serviço na Ilha de São Tomé. Aos 14 anos, principiou a sua carreira teatral como actriz amadora no Teatro Terpsicore, desempenhando papéis em comédias. Desde então, passou por diversos palcos da capital e, depois de uma digressão à Madeira e aos Açores, fixou-se no Porto, cidade onde voltou a casar em 1901, desta vez com o comerciante Francisco Casimiro de Magalhães Cruz.

Em 1908, participou no Festival do Centro Académico em honra da Tuna Escolar Salamantina. Enquanto era ovacionada pelo público, pegou numas das capas que estavam no chão e colocou-a sobre os ombros, sendo acometida, pouco depois, por uma congestão cerebral, vindo a falecer em casa, na Rua de Santa Catarina. Assim se concretizou a vontade da artista, pelo menos a julgar pelo poema por ela improvisado — e mais tarde reproduzido no necrológio que o jornal O Ocidente lhe dedicou — durante uma récita de estudantes, onde declamou que: «Se a morte negra e irada / me levasse neste instante / queria ser embrulhada / na capa dum estudante.»

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