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Projecto Adamastor dedica 2022 à literatura de autoria feminina

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Young woman writing a letter, de Albrecht Anker. [Wikiart]

O lançamento de Às Mulheres Portuguesas, de Ana de Castro Osório, marca o início de um ciclo dedicado à publicação e divulgação da obra de escritoras lusófonas, e que será o principal foco do Projecto Adamastor durante este ano.

Reconhecida feminista e activista republicana, Ana de Castro Osório (1872-1935) foi um dos principais rostos da luta pelos direitos da mulher na sociedade portuguesa. Nascida em Mangualde, mudou-se com a família para Setúbal em 1895, cidade onde, três anos depois, viria a casar com o poeta Francisco Paulino Gomes de Oliveira. No início do séc. XX, para além da publicação de Às Mulheres Portuguesas (1905) — considerado o primeiro manifesto feminista português —, promoveu a fundação de sociedades como o Grupo Português de Estudos Feministas (1907), a Liga Republicana das Mulheres Portuguesas (1908) e a Associação de Propaganda Feminista (1912).

Para além do activismo, as convicções da escritora reflectiram-se também na sua produção literária, tanto na vertente ficcional, como nas obras de carácter pedagógico. Ciente da importância da imprensa periódica para a divulgação de ideias, criou uma revista intitulada A Sociedade Futura e colaborou em publicações como Ave Azul, Branco e Negro, A Leitura e Serões. Foi também uma figura-chave na introdução da literatura infantil em Portugal editando, ao longo de quase quatro décadas, narrativas originais, adaptações de histórias da tradição oral portuguesa e traduções de contos de autores estrangeiros, como Hans Christian Andersen e os irmãos Grimm. Dentre a sua actividade editorial, destaca-se ainda a organização e publicação de Clepsidra (1920), único livro de Camilo Pessanha.

2 comentários em “Projecto Adamastor dedica 2022 à literatura de autoria feminina”

  1. Muito, muito interessada neste tema. Sobre o tema da autoria feminina e da necessidade de resgatar mulheres escritoras para o cânone da literatura portuguesa contemporânea, defendi, em 2020, a minha tese de Doutoramento em Estudos Feministas na Universidade de Coimbra. Maria Isabel Barreno foi a minha escolha.

    1. Em termos de novas edições, teremos de nos limitar a autoras cuja obra está em Domínio Público, mas estou certo de que alguns dos nossos próximos lançamentos serão do seu interesse.

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