Esteiros — Soeiro Pereira Gomes

— Gaitinhas: és meu amigo? — Sou, pois. Gineto sorriu. Nunca tivera um amigo assim. Os outros adulavam-no por medo, bem sabia. A não ser o Sagui, todos lhe queriam…
Read more— Gaitinhas: és meu amigo? — Sou, pois. Gineto sorriu. Nunca tivera um amigo assim. Os outros adulavam-no por medo, bem sabia. A não ser o Sagui, todos lhe queriam…
Read morePungente e dolorosa és tu, saudadeDos fugitivos dias que lá vão!…Doiradas ilusões, risonhas crenças,Prazeres infantis, aonde estão?… Quem trilha sem espinhos e sem doresA senda tortuosa desta vida?…Quem não viu dissipar-se…
Read moreAquele grito partira de José das Dornas, que fora o primeiro a cujas mãos concedera a sorte, enfim, uma espiga vermelha.
A festa mudou súbita e completamente de carácter.
À exclamação do lavrador respondeu grande alarido na assembleia. De todos os lados se pedia o cumprimento da lei das esfolhadas. Cabia pois a José das Dornas fazer a primeira distribuição de abraços.
O alegre lavrador não se fez rogar.
Read moreQuando eu desci do restaurante, a acender um Laferme com preguiça, caía a tarde de Outono em vitrais ricos pra além das ramarias a despir-se. Passeei algum tempo na avenida,…
Read moreChove. Cada vez vejo mais turvo, cada vez tenho mais medo. Estamos enterrados em convenções até ao pescoço: usamos as mesmas palavras, fazemos os mesmos gestos. A poeira entranhada sufoca-nos.…
Read moreNa Cidade perdeu ele a força e beleza harmoniosa do corpo, e se tornou esse ser ressequido e escanifrado ou obeso e afogado em unto, de ossos moles como trapos,…
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