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«Porquê Ler os Clássicos?» – Entrevista a Jacinto Lucas Pires

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Porque Ler os Clássicos

Porquê ler os clássicos da literatura portuguesa?
Porque os clássicos são o futuro que aguenta sempre. E lê-se melhor o presente dentro dessa combinação de sombra e luz que é o trabalho de imaginação dos que vieram antes de nós.
 
A definição de clássico está longe de ser consensual. Afinal, o que torna uma obra literária um clássico?
A sua inteligência, ousadia, clareza, originalidade, a sua modernidade.
 
Eça e Pessoa continuam a ser bastante lidos, mas nem todos tiveram tal sorte. Que autor português considera que foi imerecidamente votado ao esquecimento?
Não está no esquecimento, mas a obra de José Cardoso Pires merecia ser mais lida e traduzida.
 
«Prognósticos só no final do jogo», mas que obra contemporânea lhe parece capaz de vencer o teste do tempo e vir a integrar o cânone literário português?
A poesia de Herberto Hélder. E a prosa de Sérgio Sant’Anna, por exemplo. (Sérgio Sant’Anna é brasileiro. Mas o cânone tem de ser cada vez mais da língua toda.)
 
Numa altura em que as imposições económicas cada vez mais ameaçam os valores culturais, que papel devemos desempenhar para garantir a preservação da nossa herança literária?
Ler, claro. Juntar os livros às ideias — e fazer escolhas fortes.

Jacinto Lucas Pires publicou vários livros pela editora Cotovia – entre os quais Livro usado (viagem ao Japão, 2001), Perfeitos milagres (romance, 2007), Assobiar em público (contos, 2008) e O verdadeiro ator (romance, 2011). Escreve peças de teatro para diferentes grupos e encenadores – das quais podemos destacar: Figurantes (2004, TNSJ, enc. Ricardo Pais), Silenciador (2008, Oficina, enc. Marcos Barbosa), Sagrada família (2010, Culturgest/Viriato, enc. Catarina Requeijo), Exactamente Antunes (2011, TNSJ, enc. Cristina Carvalhal e Nuno Carinhas), Adalberto Silva Silva (2012, para Ivo Alexandre) ou Interpretação (2014, Cultur-gest/Mundo Perfeito, para Tiago Rodrigues). Em Libretto (2014, MM/CCVF/Ninguém, co-autoria Alma Palacios) fez de escritor em palco. Realizou três curtas-metragens, Cinemaamor (1999), B.D. (2004) e Levantamento (2014). Foi-lhe atribuído em 2008, pela Universidade de Bari/ IC, o Prémio Europa – David Mourão-Ferreira. Faz parte, com Tomás Cunha Ferreira, da banda Os Quais, que, em 2012, lançou Pop é o contrário de pop. Canta ideias todas as semanas na TSF, no programa Canções Crónicas. O seu último romance, O verdadeiro ator, ganhou o Grande Prémio de Literatura DST 2013. Escreve no blogue O que eu gosto de bombas de gasolina.

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